Admirava
a pequena peça à sua frente sem ter a certeza do que via. Cada uma
das suas faces lançava um raio de brilho de várias cores. Fechou a
pequena pedra no centro da mão e as suas arestas magoaram-na.
Largou-a para o chão repentinamente.
Ao
cair, um suave ruído emanou dela. O brilho parecia ainda mais
intenso e ela baixou-se, inclinando-se sobre o pedacinho de luz caído à
sua frente. Viu o seu rosto reflectido nas várias faces do diamante, recebendo o brilho das diferentes cores e
percebeu que ali estavam todos os seus “Eus”, todas as faces que
ela mostrava ao mundo, em cada encontro, em cada reunião, em cada saída
nocturna. Era sempre uma diferente e eram sempre a mesma. Todas elas
escondiam o seu verdadeiro ser, aquele que nem ela mesma ainda
conhecia.
Apanhou
novamente a pequena pedra do chão e guardou-a no bolso do casaco.
Talvez um dia, ela conseguisse finalmente descobrir aquilo que as
suas máscaras encondiam em si.
(Imagem: blogs.estadao.com.br)
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