All Forms of Art

Uma obra curiosa e diferente, que mostra uma visão bastante crua da colonização europeia da América do Sul, que relata a perspectiva dos nativos americanos, residentes no actual território do México, à chegada dos colonizadores espanhóis.  Malinche é uma história de amor e abnegação, mas também de violência e egoísmo, onde vale tudo para atingir os próprios objectivos. Ao longo de toda a obra experiencia-se muitas sensações, entusiasmo, cansaço, curiosidade... O narrador é a própria Malinche, que nos vai relatando os acontecimentos de acordo com a sua visão e da sua cultura, interpretando os factos segundo os padrões da mesma. Interessante romance histórico, onde Laura Esquivel nos dá a conhecer uma personalidade preponderante na história do México e praticamente ignorada em Portugal.

Todas as Cores é o primeiro romance editado da jovem autora Joana Fernandes Vasconcelos. Ao longo das suas mais de 300 páginas, a autora brinda-nos com um verdadeiro conto de fadas dos tempos modernos, sonhado por adolescentes de todo o mundo. Um romance verdadeiramente naïve, em torno da realização de um delírio de adolescente, no qual, no final, não me supreenderia de ver um "e foram felizes para sempre". Mas desengane-se quem pensa que Joana Vasconcelos escreveu uma simples história de amor sem muito conteúdo. Em Todas as Cores verificamos uma boa caracterização das personagens e das relações entre elas, o que infelizmente, vai decaindo no avanço da história, talvez por inexperiênmcia da autora que se deixa enredar no romance e no desenvolvimento dos dramas familiares das personagens, não dando continuidade ao trabalho efectuado nos primeiros capítulos. A história desenrola-se a uma velocidade vertiginosa e suscita curiosidade. Falta-lhe, no entanto, alguma

A internet veio, sem dúvida, conectar o mundo a grande velocidade, sem sairmos do conforto da nossa casa. Aproximou-nos dos amigos que moram longe, dos que nunca têm tempo e daqueles que sempre foram os mais "inacessíveis", os "especiais", os "diferentes"... Ser uma celebridade, ou apenas socialmente reconhecido, ganhou um outro significdo nesta nova era, onde muitas pessoas pouca ou nenhuma vida têm, para além das redes sociais. As pessoas já não lêem, respondem-me alguns, mas também já não "saem", vos digo eu... Ser então uma celebridade de algum género, ganhou um papel inteiramente diferente na nossa sociedade louca. Os ídolos deixaram de ser aquelas pessoas frias e distantes, quase impossíveis de alcançar, para se tornarem mais uma página no nosso facebook ou um comentário no nosso Twitter. Acompanhamos mais facilmente as suas vidas, os seus pensamentos e ideias, ou... daqueles que se fazem passar por eles. Seja qual for a circunstâ

Infelizmente desconheço o autor desta obra, intitulada Girl Day Dreaming (segundo consegui averiguar online) mas não podia deixar de partilhar uma imagem como esta. Encontramos uma rapariga calmamente sentada na beira de uma fonte, lendo tranquilamente, iluminada pela luz quente do sol. O seu rosto está sereno e a sua postura descontraída parece agradada com o que lê, quem sabe transporta-a para um munfo perfeito de luz e cor. A linha do horizonte dá-nos a entender um jardim primaveril, assim como o vestido florido da leitora. Uma obra que transmite uma grande calma e paz de espírito, num ambiente digno de Jardins do Éden, que nos transporta para um sonho colorido.

Primeiro romance editado da escritora portuguesa Helena Marques, O Último Cais acompanha a história de uma família madeirense ao longo de 3 gerações, focando-se nos principais elementos femininos das mesmas. Esta obra representa uma família portuguesa do século XIX, influencida pelas modas e costumes que chegam vindas de Inglatera. Mulheres fortes e destemidas, lutam pelo seu lugar na sociedade patriarcal opressiva e excessivamente religiosa. Uma história cheia de luta, amor e fé que vale a pena ler. A força é feita de pequenas fragilidades e em O Último Cais  ambas se conjugam harmoniosamente.

Uma cidade desaparecida, um farol fantasmagórico e uma feiticeira trapalhona são os ingredientes desta história cheia de cenas hilariantes, onde personagens com uma deliciosa veia sarcástica, comentam os acontecimentos à medida que são relatados. Este livro faz parte de uma trilogia. É, na verdade, o último dos três e foi me oferecido sem ter lido os outros, mas ainda assim, torna-se uma leitura interessante, ideal para rir e relaxar. O começo é lento e até um pouco "chato", pelo menos para mim, dado que está repleto de referências às duas primeiras obras e portanto, para mim, perfeitamente desconhecidas, no entanto, com o desenrolar da história, acabamos enredados neste mundo de magia, que nos oferece uma viagem no tempo, uma viagem astral com uma pequena paragem no inferno e uma luta mágica, onde a arma principal é a intensa exploração dos nossos medos. Tudo isto, temperado com uma bela pitada de humor. Após tanta magia, Bretton presenteia-nos no final do livro c

Um interessante trabalho de Scott Davidson, onde a pintura se mistura com o exterior, numa harmonia deliciosa. Podemos ver uma mão que desenha, enquanto o seu trabalho se liberta pouco a pouco do papel que o restringe, transcendendo a sua própria essência. Do lado direito, uma garrafa vazia, com um rótulo inidentificável, curiosamente acompanha aquela que poderá ser uma bela ilusão. O autor desenha, talvez, a sua mulher ideal, a sua musa, enquanto esta, aos poucos, vai ganhando vida própria, libertando-se das duas dimensões.

Esta obra de Dorothy Koomson é, tal como a generalidade das obras da autora, extremamente emotiva e sentimental. Temos uma personagem principal com um passado complexo e duas crianças que conseguem amolecer o coração dos adultos à sua volta. Uma história cheia de doçura e sentimentalismo, um drama contemporâneo, problemas com os quais nos deparamos com alguma frequência à nossa volta e com o qual muitos se identificarão. Apesar de não ser o meu estilo preferido, reconheço o mérito de Koomson na forma como trabalha os sentimentos das suas personagens, numa história com bases sólidas e um desenrolar interessante. Um livro para verdadeiros românticos.