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Showing posts from September, 2014

Hobbes

É uma nova vida que chega Frágil, indefesa Nada vê, é cega, E rodeada de incerteza. Sozinho, abandonado, Com tão pequeno tamanhinho, Apenas um leve miado, Nos ajudou e indicou o caminho. Sem ver, nem ouvir, rodeado de escuridão, só o tocar lhe permite sentir, tudo o resto é uma confusao. Leite morno, chuchar suave, Após um sono leve, Esse miar, piar de ave, Tudo o que ele quer descreve.

Santas de Roca

Fiz, mais uma vez, uma aposta na literatura nacional, aproveitando cada referência aos cantinhos desta nossa terra. Santas de Roca é uma narrativa emotiva, cheia de tragédias familiares, bem como de força e coragem para seguir em frente, quando estas nos assaltam. A história de uma mulher, proveniente de uma família complicada que se apoia na sua melhor amiga, até ganhar a força necessária para seguir sozinha o seu caminho. Germana Vaz Pinto preenche estas páginas com doces reviravoltas, trágicos acontecimentos e canários tão vivamente descritos, que quase podemos senti-los por entre os dedos. Vemos como a força dos laços, de sangue ou de alma, une as personagens de forma irreversível através das quase 200 páginas de história. A esperança de um recomeço, a revolta contra um destino incompreensível, um fim inacabado... Uma história que poderia ser a de qualquer um de nós.

Depois

Só depois, muito depois, percebemos os erros e os acertos nas nossas escolhas. Depois da alegria exorbitante, depois da tristeza desmedida, das gargalhadas estridentes, das lágrimas avassaladoras. Só depois, muito depois, percebemos que afinal não tinha assim tanta importância e que aquele dia distante, não era tão definitivo como pensávamos. Só depois, muito depois, perceberemos como é impossível fazer essa tal "escolha certa", como são devastadoras e insignificantes, todas as consequências.  Só depois... Só depois, olhamos para trás com o sorriso da condescência, com a amargura dos anos que passam. Só depois, quando chegar a nossa vez de dizer que "já tive a tua idade", é que poderemos alguma vez compreender, o significado do silêncio do tic tac do relégio ou do barulho do vazio. Só depois, muito depois... (Imagem: tocanto.blogspot.com)

O Erro

Senti finalmente o gosto da descoberta, a descoberta do erro da humanidade, o que nos faz cair e não voltar a levantar, o que nos consome as entranhas, o que nos deixa no chão, ou simplesmente, sem ele. Temos de aprender a lutar com mais força pelo que queremos, pelo que desejamos ser ou fazer. Temos de ter a coragem necessária, para enfrentar cada sorrisinho sarcástico, cada olhar de desdém, cada encolher de ombros indiferente. Não podemos acreditar que só o convencional é viável, que só o maioritariamente aceitável é permitido. Temos de lutar, porque aquilo que é errado para os outros é certo para nós, o que é inconcebível para eles, é muitas vezes, a nossa única saída. Então lutemos! Por nós, para nós... (Imagem Original: hidromel-da-magia.blogspot.com)

Há Dias E Dias...

Há dias difíceis e dias calmos, Há dias em que acreditamos, noutros desesperamos. Há dias nos quais tudo sabemos noutros, nada mais somos do que enfermos. Há dias em que tudo são certezas, noutros, todas as dúvidas são acesas. Há dias que sim, Há dias que não. Há dias em que a felicidade está em mim, noutros, sinto que vivo num mundo cão. Há dias felizes, há dias tristes, Há dias de luz e dias de sombra. Há dias e dias, Há horas e minutos Há momentos para parar, mas muitos mais para lutar. (Imagem original: teyalex.blogspot.com)

Talvez O Destino

Era só um brilho ténue, Suave como um sopro. Vinha lentamente e sussurrava: "O que prometo, cumpro." Era talvez o destino Esse bicho papão devastador, Que acaba sempre por sair de fininho, Deixando para trás um cenário aterrador. Mas agora, todo ele era luz forte, Era certeza, era glória, Desta vez, mostrou-me o norte, Empurrou-me em direcção à vitória. (Imagem: www.mdig.com.br)