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Showing posts from November, 2014

Ansiedade

Esse excesso de futuro que penetra na mente, chega de mansinho quase sem darmos por ela. E sem sabermos como Já tomou conta da nossa mente Interfere na nossa vida Dita regras É cruel. Tal qual um ditador Só permite o que ela quer Só te deixa viver Sentir e estar, Quando a ela lhe aprouver, Quando a ela bem lhe souber.   (Imagem: www.mundodastribos.com)

Montanha Russa

Sigo firme pelos trilhos, Ora lá em cima, ora cá em baixo, às vezes, o mundo está direito, outras vezes, de cabeça para baixo. Ao meu lado outros riem, Outros gritam e choram, Alguns arrependidos da escolha, Outros a adrenalina devoram. A subir ou a descer, Em passo firme e lento, Ou a fazer o coração doer, E no rosto a força do vento. Quando chegamos ao fim, O corpo dormente não se move. Mas a vida é mesmo assim, Até que tudo se renove. (Imagem:  www.superdownloads.com.br)

O vento bate levemente no rosto, enquanto a brisa da manhã traz um leve cheiro de maresia. Os meus passos seguem caminho, lentos, mas certeiros e o coração bate a compasso, enquanto me dirijo ao meu destino. Não sei quanto tempo levarei a chegar, não sei se será fácil, não sei se será o que espero, mas sei que ele lá estará, lá naquele tempo chamado de futuro, onde tudo pode acontecer e o qual nós usamos para guardar todas as esperanças. E é lá, nessa estranha distância que os nossos sonhos continuam a sobreviver a povoar a nossa mente, com imagens de vitória. (Imagem:  semprearecomecar-sempre.blogspot.com)

Sentir

Sentiu a areia debaixo dos pés, a ranger sob a pele fina e gelada. A água salgada batia sem dó contra as suas pernas, dormentes. Não sentia nada, não sentia o frio cortante no rosto, não sentia os pingos que caiam sob os braços nus como pequenas pedras de gelo. Apenas aquela lágrima minúscula teimava em rolar-lhe sobre o rosto. Continuou a caminhar, ignorando as picadas de dor, enquanto as conchas se despedaçavam debaixo de si. Andou durante muito tempo, até atingir o final da praia. Sentou-se no chão e encarou o mar, tão profundo e cheio de mistério. Um refúgio que se agitava violentamente diante de si. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria de voltar a olhar para o passado, mas um pequeno vislumbre era o suficiente, para se sentir esmagar pela dor. Voltou a fitar a imensidão azul-esverdeada que nada parecia questionar e num momento de loucura gritou, gritou até ficar sem voz na garganta. Deitou-se sobre a areia húmida e enquanto a água acumulada nos grãos ensopava a sua