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Showing posts from April, 2014

O Momento

Descia a rua com uma calma incaracterística. Aquela ia ser a reunião mais importante da sua vida. Tentava manter o ritmo respiratório regular, mas a pressão sobre o seu peito não parava de aumentar. Sabia que aquele era um momento de viragem, e que o resultado que dali saíria não poderia ser alterado. Apesar do medo, continuava a caminhar em passo firme, porém lento. Era cedo ainda e preferia passar uma imagem de calma e confiança. Calma que não sentia, confiança que se esvaía por entre os dedos. Quando chegou ao local indicado, uma placa com letras douradas e rebuscadas indicou-lhe que estava no sítio certo. Fitou o relógio uma última vez, faltavam 5 minutos. Dirigiu-se ao elevador com as pernas a tremer e carregou no botão do 10º andar. As pesadas portas de ferro fecharam-se à sua frente. Fechou os olhos e inspirou toda a coragem que conseguiu. Chegara o momento.

Coragem

Com ela somos capazes de tudo Ou pelo menos, faz-nos tentar desesperadamente. Raramente nos deixa desistir. Amarra-nos aos sonhos presos na nossa mente, Ganha à própria lógica, Enche-nos de força Manda-nos seguir em frente.

Mar

O sopro suave, A brisa marinha O cheiro salgado, Um arrepio na espinha. O bater das ondas Salpica-me o rosto Refresca-me a mente E liberta-me o desgosto. Os raios fortes atravessam As águas agitadas, cintilantes Para que as gaivotas se despeçam, Das gotas de sal brilhantes. (Imagem: http://quantotempotemotempo.blogspot.pt/2012/12/fui-ver-o-mar-numa-tarde-de-inverno.html)

A Luz que Ilumina a Vida

Aquela era a luz que iluminava a sua vida. Acordava todos os dias ao seu lado e só o percebia, quando ela se afastava e deixava atrás de si a escuridão da ausência do seu sorriso. Aquele olhar iluminado num rosto sorridente, continha toda a energia que ele precisava de manhã, a coragem de que dependia para se levantar da cama e enfrentar um novo dia, recomeçar a sua luta. Era uma luta inglória, uma luta pela concretização dos seus sonhos, numa terra onde não lhe era permitido sonhar. Mas pelo seu sorriro, pelo seu rosto esperançoso e gesto carinhoso, ele sentia que tudo valia a pena. Pela luz que ilumina a sua vida, sabia que tinha de lutar. Porém, não podia esquecer-se que também ele, era a luz daquele sorriso. (Imagem: http://devaneioaovento.blogspot.pt/)

O caminho

As ondas desfazem-se contra a amurada do navio com uma força aterradora. O chão estremece, a madeira estala, mas nada afasta o grande barco da sua rota. Ao longe, o sol baixa desaparecendo no horizonte, deixa a substituí-lo a lua cheia, brilhante e prateada sobre as águas do Atlântico. Ela não é capaz de desviar o olhar, ainda cravado no horizonte distante, no futuro longínquo que brilha ténue, chamando suavemente.  A distância não a impede de ver, por mais longe que esteja, o que a espera do outro lado, onde todos os sonhos são possíveis, onde o amanhã aguarda. Ela sorri, o mais feliz sorriso dos últimos meses. O amanhã aguarda ser hoje, para que o hoje se transforme no ontem e as lágrimas fiquem para trás, sendo substituídas por risos e desejos. Agora já nada a poderá travar, chova ou faça sol, o navio continua em frente, nada o afastará do seu curso, nada o desviará do caminho desejado. (Imagem: http://www.downloadswallpapers.com/papel-de-parede/navio-lua-e-mar-agit

(Sem título)

Dentro da pequena caixa de cartão escuro,  comido pelo tempo encontra-se um pequeno tesouro. É o seu coração, que lhe oferece agora sem fita, sem papel brilhante, apenas o dá, sem razão aparente. (Imagem: http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-caixa-de-cart%C3%A3o-velha-image6918299)

Fervilhar de Vida

As mãos suadas passeiam-se pelos veios corridos e escuros da madeira envernizada. A sua mente imagina todo um mundo sobre o tampo do seu suplício, onde mil pequenos homens se movem freneticamente, fervilhando de vida. Um olhar ao relógio diz-lhe que ainda faltam várias horas para a sua vida começar. Por enquanto, só a espera no purgatório, o som desagradável dos teclados, os dedos que neles batem, tentam fazer algo. Fitou o seu. Porque não conseguia fazer o mesmo? Porque sentia esta ânsia, este tormento dentro de si? Voltou a olhar os homenzinhos na mesa. Também eles lutavam para sobreviever às câmaras de gás que a civilização usava para matar os sonhos. Virou-se de costas para o tampo agitado. Lá fora, o sol brilhava.   - Já terminaste? A voz dele tornava-se mais insuportável a cada dia que passava. Calmamente, rodou a cadeira para ficar de frente para o chefe. Retirou a arma da gaveta e sem dizer uma palavra, disparou. O homem caiu no chão, formando um poça de sangue.

O Sol

O raio que trespassa a janela, ilumina e aquece, torna-se vida e felicidade. Os olhos são obrigados a fechar com a luz, mas os lábios abrem-se num sorriso que nos rasga o rosto. O calor afasta os arrepios da nossa pele, que escurece gradualmente. O rosto ilumina-se e ruboriza-se. O chá é trocado por um gelado, no momento em que a lareira é apagada e calçamos os nossos ténis para vir para a rua. O derreter do branco trás agitação e cor às ruas, os gritos das crianças enchem os ouvidos com o som da sua alegria. Aqueles que nunca saem abrem a janela, a medo, e colocam os seus narizes congelados do lado de fora. Acabaram os casacos, deitamos fora os pesos para o fundo do armário, libertamos a alma e recebemos essa estrela com saudade e veneração.

Cosmic Connections And Chaotic Love Affairs An Abstract Painting

Apaixonei-me pelas cores vibrantes e entrelaçadas destas Cosmic Connections de Omaste Witkowski no primeiro instante, bastou-me apenas um olhar. Um olhar estimulado pelas cores brilhantes e confusas, que o meu cérebro insistia em interpretar, como se todo o quadro fosse a personagem de um dos meus livros. É uma personagem forte, determinada, que se liga de diferentes formas às diferentes partes da história. É a vida por si só, personagem suprema de todos os actos alguma vez inventados pelo Homem. É aquela que tudo liga e tudo destrói. Pode ser cortante como o gelo, ou queimar como o fogo. Ou pode ser aquela chama suave, que aquece a sala em dias de tempestade, o telhado coberto de telha que expulsa a chuva fria... A vida pode ser aquilo que nós quisermos, pode desabar no mar, ou elevar-nos aos céus onde nos fundimos com o cosmos, talvez com as mesmas cores brilhantes e firmes que Witkowski pintou nesta tela inspiradora, que no fundo, nos fala de Amor...

Sombras - A Sinopse

Aqui fica a sinopse do meu novo livro Sombras , recentemente editado sob a chancela de Chiado Editora. Espero que "abra o apetite" e desperte a vossa curiosidade.  Para todos aqueles que já o adquiriram, o meu muito obrigada, bem como, a todos os que me têm vindo a apoiar ao longo desta jornada. :)

Estilhaços de Vida

A oportunidade surge quando o nosso mundo parece imóvel, quando acreditamos que já nada mudará, quando já não esperamos. Surge naquele dia cinzento e desagradável, no qual não vemos nada de bom. Atira-se aos nossos pés, quando nos sentimos mais feios, mais mal-vestidos do que nunca. Clama pela nossa atenção, quando preferíamos não nos focarmos em nada. É assim a vida, vem quando quer, vai sem se despedir. E nós, somos apenas mais um alvo ao seu dispor, preso ao centro do vazio que nos rodeia. A vida choca connosco e podemos deixá-la seguir ou agarrar os pedaços que conseguirmos tomar as rédeas e evitar que ela nos esmague, nos magoe. Quando os estilhaços passam, volta o marasmo e a apatia, volta a calma e a certeza das horas, volta a dormência, enquanto esperamos um novo impacto. (Imagem: http://brisa-da-alma.blogspot.pt/)

Desilusão

Aquela dor intensa, O martelo que nos quebra, O fogo que queima o nosso coração, A vergonha de termos acreditado, Mesmo sabendo que não iria acontecer. Porque seria tão fácil, Se toda a vida é difícil? Porque não haveria de doer, Se a dor já faz parte do meu ser? E é com este sentimento desolador, essa protuberância que nos ocupa a garganta, que mais uma vez tudo se adia E o coração sangra e o peito dói. Mas será um dia, qualquer dia, Não muito distante, Em que tudo mudará No mais pequeno instante.

O Palácio das Correntes de Ar

Milena caminhava de cabeça erguida e pose altiva. Precisava mostrar aos seus súbtidos a elegância de uma rainha. Um pé em frente do outro, o pescoço esticado e costas direitas. Fitava os criados que passavam do alto da sua majestade, pela fresta que os seus olhos se tornavam ao vento. O vento. Porque estava tanto vento? - Fechem as janelas. - ordenou num tom aristocrático, que levara muitos anos a conquistar. quando fechava os olhos, ainda escutava a voz da sua mãe, advertindo-a para o tom de voz e o volume digno de uma senhora, uma rainha! Os seus pés estavam tão gelados, que cada passo na passadeira vermelha era uma pequena lâmina que se espetava sem misericórdia. O seu manto arrastava pelo chão, tinha frio, queria cobrir-se com ele, mas uma rainha, jamais perde a compostura. Não podia mostrar fraqueza. Os criados corriam de um lado para o outro, demasiado apressados para vê-la, demasiado concentrados para escutá-la. A corrente de ar continuava. Sentiu-se subitamente s

Mother of Dragons

Por ser uma grande fã da série The Game of Thrones lancei a mim mesma um desafio: fazer o retrato, a grafite, das principais personagens da história. Já tinha feito, há algum tempo atrás, o retrato de Jon Snow e agora arrisquei-me na Khalisee.  No entanto, desta vez, não correu assim tão bem... Possivelmente, tentarei fazer outro. O que vos parece?

Sweet Smile

Este Sweet Smile de Kamal Rao Kamal fez-me sem dúvida sorrir assim que olhei para ele. Nesta pintura a óleo sobre tela, o artista conseguiu captar toda a doçura e simplicidade que nos pode oferecer o sorriso de uma criança. A mim, pessoalmente, transmitiu-se muita serenidade e uma sensação agradável de bem-estar. É um trabalho muito realista, com interessantes contrastes de cor e com um força poderosa: a capacidade de nos fazer sorrir. Poderão observar mais alguns trabalhos do autor na sua página no site FineArtAmerica . Apesar de terem todos bastante qualidade, nenhum tocou o meu coração como este Sweet Smile . É mesmo um sorriso cheio de doçura.