Sentado na relva, com os pés mergulhados no líquido fresco e transparente, observa o ziguezaguear de um peixe prateado, que reluz quando os raios do astro-rei penetram sem pudores a água gelada, tornando-a suportável para os pés cansados.
Ao longe, alguns pássaros gritam, um grito agudo e estridente que indica que, também eles, estão de regresso a casa após um dia longo e cansativo, numa luta constante pela sobrevivência.
Um carreiro de formigas passa ao seu lado, seguindo o seu líder sem se questionar, tal como ele fizera toda a sua vida.
No bosque, o fim de tarde é calmo e sereno, por entre as cores alaranjadas que pintam os troncos das árvores.
Eis quando, dois cães furiosos irrompem pelo meio dos arbustos e lutam entre si, quebrando o equilíbrio anterior. Mais um seguidor que se cansou de não liderar, mais uma luta pela independência e pela liberdade.
A confusão faz os pássaros esvoaçarem, a poeira ergue-se do chão e os uivos ecoam por entre as árvores atentas.
Mas então tudo passa, um dos combatentes bate em retirada, enquanto o outro se senta a lamber as feridas de guerra.
Ele não sabe dizer quem venceu, se o líder, se o rebelde. Mas lutaram, cada um por suas crenças. voltou a fitar o peixe no rio. Talvez estivesse na hora de lutar também.
(Imagem: http://palavramansa.blogspot.pt/2010/06/versos-escritos-nagua.html)
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