Sereias. Um mito clássico, de seres dotados de extrema beleza e voz melodiosa, que atraíam os antigos navegadores para o abismo.
Proponho aqui duas obras que em nada se parecem, apesar de retratarem o mesmo mito.
Na primeira, encontramos um quadro a óleo de um estilo mais clássico, onde vemos a criatura marinha a pentear os seus cabelos, enquanto observa algo, que está para além dos limites da tela, talvez fosse o seu próprio reflexo, talvez tentasse seduzir um marinheiro incauto...
Na segunda obra, também a óleo, encontramos porém um tipo bem diferente de sereia, mais adaptada ao ideal de beleza moderno, que observa ao longe, um barco antigo.
Deparamo-nos aqui com um pintor que recorre a alguma simbologia para transmitr as suas ideias. A tatuagem no braço da jovem sereia, coloca na nossa mente, a hipótese dela estar a observar um barco pirata. Estaria à sua espera? Ou estaria a despedir-se? Alguma vez chegara perto dele?
Deparamo-nos aqui com um pintor que recorre a alguma simbologia para transmitr as suas ideias. A tatuagem no braço da jovem sereia, coloca na nossa mente, a hipótese dela estar a observar um barco pirata. Estaria à sua espera? Ou estaria a despedir-se? Alguma vez chegara perto dele?
Estas duas simples imagens, mostram-nos como um mito pode evoluir ao longo do tempo, refazendo-se, reconstruindo-se e readaptando-se à nova realidade.
Se a primeira sereia tem um pente de prata, a segunda tem uma tatuagem, que a engloba num mundo totalmente diferente e lhe confere uma outra personalidade.
Como seriam os modernos Deuses do Olimpo? A Penélope do século XXI esperaria pelo seu Ulisses? Teria Hércules completado as duas tarefas da mesma forma?
A personalidade do homem moderno afasta-se cada vez mais dos mitos clássicos, procuramos outras histórias, outros heróis, que se pareçam mais connosco, que tenham os mesmos ideais e desejos, bem como, os mesmos defeitos e ambições.
Os antigos queriam heróis perfeitos, nos quais se pudessem espelhar e inspirar a ultrapassar as suas limitações. E o homem moderno? Procurará ele novos horizontes a alcançar? Ou quer apenas um herói mais humano, mais vulnerável, com mais limitações, mais perto de si mesmo...
O homem moderno parece não pretender aproximar-se do herói, mas sim, aproximar o herói de si mesmo e das suas falhas.
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